As primeiras instalações
Em 1836, foi criado um decreto para o estabelecimento, em cada uma das capitais dos distritos do continente e Ultramar, de Liceus que comportassem a instrução secundária estabelecida em Portugal, muito embora, o Liceu de Lourenço Marques só tenha sido criado, pelo decreto nº 3916 de 12 de Março de1918.
No dia 15 de Março de 1919 começou a funcionar pela primeira vez o Liceu num edifício do Largo Serpa Pinto, onde tinham estado instalados, sucessivamente, o Hospital da cidade, a Escola Comercial e Industrial 5 de Outubro, e uma espécie de Hospital militar.
A maioria do corpo docente e alguns alunos transitaram da extinta Escola Comercial e Industrial. Os alunos eram ao todo quarenta e quatro, distribuídos por quatro turmas (duas do 1º ano, uma do 2º e uma do 3º ano). Havia na altura oito professores (três efectivos e cinco internos).
No início do ano lectivo seguinte (1920), mudaram-se as instalações para um edifício na Avenida 24 de Julho que tinha sido construído para um internato feminino, mas onde estava instalada bateria de artilharia. Neste edifício, que sofreu diversos melhoramentos e sucessivas ampliações, se conservou até mudar, em 1952, para o edifício que ocupa actualmente.
Durante trinta e três anos que o Liceu se manteve num edifício da Av. 24 de Julho, muitas foram as dificuldades pelos quais o Liceu passou, desde problemas e resistências que foi preciso vencer, em ordem a acomodar todos os alunos que em imprecionante ritmo de crescimento, desejaram frequentar a escola, até a procura de novas e definitivas instalações para o Liceu. O qual só veio a ser inaugurado vinte e três anos depois, a seis de Outubro de 1952.
O Liceu comportava já, ( no ano lectivo de 1952-1953), uma frequência de 956 alunos, dispostos em trinta e duas turmas e quarenta e dois professores.
O novo Liceu Salazar (em alusão a António Salazar, o grande reformador da nação e patrono do Liceu), conservou até 1968, o seu nome de baptismo. Depois daí, ganhou o nome de Liceu 5 de Outubro, que se manteve até pouco depois da independência, ao qual se denominou Escola Secundária Josina Machel, passando, obviamente, à tutela do governo da nova República.
Com o passar do tempo, este edifício foi-se degradando, de tal forma que se tornou incómoda a permanência no recinto da escola. Este veio a ser reconstruído no ano de 1994, apadrinhada pelo Governo da República de Moçambique, o que não tirou o brilhantismo e o rigor arquitectónico que antes o caracterizou.
As instalações actuais
A nova escola (o então Liceu Salazar), que ocupa uma área de 29000 m2, ergueu-se grandioso e imponente junto à Avenida Patrice Lumumba, no bairro da Polana, de fronte ao Jardim dos Professores, sombraceiro à baía de Maputo.
Uma sebe viva de edifícios de grande envergadura, cerca todo o recinto da escola, que dá para às Avenidas Patrice Lumumba, Tomás N'duda e Rua dos Lusíadas.
O edifício que comporta uma área coberta de 9201 m2 e é constituido por doze corpos com três pisos, excepto três (os corpos G, H e I) que possuem apenas dois.
A escola, de arquitectura moderna, tem um aspecto arrojado e limpo, grandioso e simples e de incontestável beleza.
Delineado e construído atendendo às condições ambientais, foi, neste aspecto, tão bem estudado que mesmo nos dias mais quentes, nunca o calor incomoda como em outros locais. Os dois quilómetros e meio de varandas, de mais de três metros de largura, à volta do edifício, protegem-no eficazmente da acção do sol.
A vista aérea da escola mostra como se encontram dispostas as diversas partes do edifício, os pátios de recreio e os campos de jogos.